conservaçao de cadaveres
Este é um artigo sobre Corpos
incorruptíveis, após sua leitura conheça alguns
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Em
numerosos casos de vampirismo, a abertura do túmulo revela um cadáver em
perfeito estado de conservação «pele fina e flexível, corpo sem
alteração».
Tanto
milagre que a natureza química do terreno não pôde explicar! Há toda uma
lógica
que não pertence a este mundo.
Os santos e
santas do cristianismo apresentam muitas vezes um bom estado de
conservação
quando passaram séculos sobre o dia da sua inumação. Uma vez mais, os
não
mortos, os nosferatu do vampirismo passam por cima dos milagres
do mundo
cristão. Os cultos demoníacos imitaram sempre a magia e os prodígios da
religião, como por exemplo na missa negra que não é senão uma inversão
da missa
cristã, um derrubar da liturgia, das orações do culto.
O não
morto, intacto no seu túmulo, aparece pois nas superstições como uma
espécie de
Santo diabólico que, também ele, apresenta os mesmos sintomas de
imortalidade,
incorruptibilidade, suor de sangue umedecendo todo o corpo, fenômenos
luminosos
à volta do túmulo.
Mais que
por pura imitação, eles, os adeptos do vampirismo foram mais longe e
para dar
forma aos seus não mortos e sugadores de sangue ter-se-iam servido mesmo
dos
milagres do mundo cristão.
Também a
religião tem o seu inferno, os seus demônios, os seus padres malditos.
Basta
que aconteça uma maldição e logo das entranhas da Terra se libertarão
espíritos
malignos cujas forças em muito ultrapassarão as dos homens. Apareciam
assim os
vampiros tão reais quanto os santos do paraíso...
Terá sido
preciso a existência de grandes ascetas do deserto, e figuras
espirituais como
S. João da Cruz ou Simeão o novo teólogo, para entender que a humildade
em Deus
salva-nos e Deus é um Deus de Luz, que enche o universo, destrói a morte
e o
seu cortejo de demônios e não deixa lugar à obscuridade.
O medo
fixa-se sempre no espírito do homem, e raros são os que fizeram esta
experiência estática da luz. O medo, quando anoitece, tranca as portas.
Ele
força que se recitem salmos, pedindo auxílio. O coração contraído não
deixa
entrar a luz e o medo cria então as suas obsessões, os seus fantasmas.
Santos e condenados
Imediatamente após a morte de S.
Francisco Xavier, a 2 de Dezembro de 1552, meteram o seu corpo num
caixão cheio
de cal viva para que, o mais rapidamente possível, a sua carne fosse
consumida
e se pudesse assim levar os seus ossos para Goa.
A 17 de
Fevereiro de 1553, as autoridades religiosas indianas abriram o caixão
com a
convicção de aí encontrarem tão somente os restos do Santo. Mas eis que
ao
retirar a cal que lhe cobria o rosto, este apresentava o aspecto rosado,
tendo
a frescura de alguém apenas adormecido. O corpo estava completamente
intacto,
sem qualquer sinal de decomposição.
Para
confirmação do estado em que se encontrava o cadáver, foi-lhe retirado
um
pequeno pedaço de carne acima do joelho, começando imediatamente a
sangrar. Transportado
por mar, foi enterrado em Malaca, a 22 de Março de 1553.
Mas o
miraculoso fenômeno não ficou por aqui e, como que causado por uma força
misteriosa, alguns meses depois mantinha o mesmo estado da
incorruptibilidade.
Transportado para Goa, foi sepultado na igreja de S. Paulo. Em 1612,
quando se
lhe amputou um dos braços para ser enviado para Roma, o sangue correu
vermelho
e fluido!
Nos
Evangelhos, assim como no Antigo Testamento, o sangue é portador do
espírito de
Deus. No jardim das Oliveiras, na Noite Divina, Jesus suou sangue como
se o
Espírito sangrasse e sofresse.
Durante a ceia que precede a hora em
que se
entregaria, Ele tomou o cálice e dando graças o abençoou e deu aos seus
discípulos dizendo: «Tomai e
bebei todos, este é o meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança...»
Na cruz,
sangue e água escorreram do lado que fora trespassado pela lança do
centurião.
E a terra foi inundada pelo seu Espírito.
O caso dos
corpos incorruptíveis de santos evoca a presença misteriosa do Espírito
sob a
forma de suor de sangue jamais coagulado, sempre fluido dentro e fora do
corpo.
Ele umedece o cadáver, transfigura-o, ilumina-o, conserva-o intacto.
Vários
fenômenos inexplicáveis envolvem muitas vezes o milagre: aparecimento de
luz à
volta do túmulo, exalações perfumadas, curas de doentes. O cadáver de um
santo
resplandece, vibra, envia moléculas de luz. Ele cria como que uma zona
sagrada
onde, tudo pode acontecer.
Em 1582,
Santa Teresa d’ Ávila morre na sua cela do convento de Alba de Tormes. O
rosto
de Santa Teresa de Jesus, segundo afirmou a duquesa d’Alba, ficou após a
morte
lindo e resplandecente, dir-se-ia como Sol brilhando. Metido num caixão
cheio
de cal e tijolos, foi o corpo transportado ao cemitério. Mas no dia
seguinte à
sua morte, do túmulo de Santa Teresa de Jesus emanava um perfume de tal
forma
intenso e delicioso que os monges teriam tido a sensação de estarem de
novo na
presença da sua Madre.
Abriu-se o
túmulo a 4 de Julho de 1583. A tampa do caixão estava partida, meia
apodrecida
e cheia de bolor. Era forte o cheiro a bafio e as vestes encontravam-se
putrefatas. O santo corpo, também ele, tinha bolor, mas mantinha a
frescura
como se tivesse sido enterrado na véspera.
As monjas
despiram-na quase totalmente, para a vestirem de novo. Segundo
afirmaram, um
maravilhoso odor se espalhou pelo convento.
Em Novembro
de 1585, três anos passados sobre a sua morte, os médicos de A vila
examinaram
o corpo, tendo chegado à conclusão de que apenas um milagre, e não uma
causa
natural, teria permitido que um corpo fechado três anos (sem estar
embalsamado)
se mantivesse intacto, continuando a exalar o mesmo perfume de sempre.
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